SOLIDARIEDADE
Como no Brasil foi criado por lei o Dia da solidariedade, sempre no terceiro sábado do mês de maio, instituições e pessoas de boa vontade aproveitam a data para mobilizar a opinião pública, despertar a consciência coletiva para a prática de gestos concretos de solidariedade. Os donativos como alimentos e roupas são entregues a instituições e igrejas, que os repassam aos necessitados. Ouso afirmar que a solidariedade humana se parece com a caridade cristã; uma completa a outra.
Por definição, solidário é aquele que partilha o sofrimento alheio, ou se propõe mitigá-lo. Caridade é o amor que move a vontade na busca efetiva do bem dos outros e procura identificar-se com o amor de Deus. Reconhecemo-nos como filhos de Deus. Se filhos de um mesmo Pai, todos somos irmãos.
Infelizmente, o mundo, voltado para o materialismo, conseguiu impor à sociedade uma nova ordem de valores em que todos correm em busca dos bens materiais, esquecidos dos valores espirituais.
Na sofreguidão de acumular sempre mais riquezas, o homem esquece seu irmão, passa a ver no outro ou o mero serviçal, que pode ser explorado, ou o concorrente, que é preciso eliminar. Este é o mundo competitivo, que nós conhecemos. O comércio ainda incentiva a prática do consumismo, cria e estimula o acúmulo do supérfluo, para atender aos apelos do Mercado ou para gerar divisas ao País. Com isso, os possuidores de muitos bens, esquecidos de que, “in natura”, eles pertencem a todos, procuram acumular muito mais bens e mais supérfluos. Como resultado, constatamos o aumento da faixa da camada da população relegada à pobreza, sem ter o necessário para viver.
Porém, como fomos criados para o bem, de vez em quando alguém desperta de sua letargia, vê a realidade que o cerca e o sofrimento dos que não têm o quê comer, estão doentes ou marginalizados, pela ignorância ou por falta de oportunidade. Essa atitude, incentivada nos momentos de crise pelas campanhas de ajuda humanitária, desperta o sentimento de solidariedade em muitas pessoas, as quais se unem para ajudar, ou tomam a iniciativa de trabalhar para aliviar o sofrimento dos outros.
Pessoas e entidades religiosas dos mais diferentes credos, irmanadas no mesmo ideal, buscam ajudar o próximo, de alguma forma. São os que cuidam de creches, asilos, orfanatos, escolas de recuperação, abrigos de velhos, e tantos outros.
No mundo, sempre houve e haverá desigualdades sociais. Todavia, nossa ajuda é importante, porque ela serve para minorar o sofrimento de muitos, trazer a alegria a outros.
Nossa solidariedade se deve em, primeiro lugar, por sermos humanos, talvez cristãos; depois, porque não sabemos o dia de amanhã, nem como será nossa velhice.
Assim, seria bom aprendermos a abrir as mãos, repartir o pão com os menos favorecidos, não como quem lança migalhas aos pássaros, mas com respeito, por tratar-se de pessoas humanas. Apenas por uma circunstância qualquer, talvez essas pessoas estejam atualmente passando por necessidades, ou jogadas na mendicância.
Vamos despertar nossa consciência para a prática de gestos concretos de solidariedade, doando alimentos e roupas a serem distribuídos aos necessitados, lembrados de que, como na caridade, a solidariedade também é a mão amiga que acolhe, abraça, ampara, protege, acalenta; enfim, que distribui amor, porque todos somos irmãos.
