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O bem que viajar faz

history domingo, 1 de setembro de 2019     folder Editoriais

 

Caros associados, viajar faz parte da minha vida e tenho certeza de que da vida de muitos de vocês também.

Viajo desde criança, quando flanar pelo mundo nem era assim tão fácil como hoje.

Não havia a internet para auxiliar, não havia telefone celular, nem o bendito GPS.

Hoje tudo está mais fácil! Que maravilha! Afinal, para quem tem espírito aventureiro e alma cigana, viajar é preciso! Pode ser uma viagem a trabalho, para conhecer um novo destino, para descansar, para curtir a família, para namorar, para comemorar uma data importante, para repensar a vida.

Não importa o motivo.

Toda viagem diverte, nos enriquece e renova a energia.

Numa viagem, andar na chuva, por exemplo, é divertido.

Comer batata frita não dá culpa e experimentar um espetinho exótico faz parte do programa.

Numa viagem, dá para caminhar sem rumo, passear de camelo, dirigir em mão inglesa, andar de balão e, ainda, até acordar por livre e espontânea vontade, sem o barulho do despertador.

Pois, viajar é sentir a vida pulsando por outros prismas.

Sem pudores.

Com novas tintas.

Viajar nos transforma, nos desafia.

Quando nos misturamos à multidão, sentimos que somos apenas uma gota no oceano.

As perspectivas se ampliam.

Há uma renovação.

A distância que se percorre não é o que importa.

Pode ser uma viagem à Finlândia, Salvador, Pequim ou àquela cidade pertinho da sua casa.

O que importa é que ninguém volta igual.

Viajar não é simplesmente ir de um lugar para outro.

Significa muito mais do que isso.

É olhar a vida por outros ângulos.

É experimentar o novo, o inusitado, o diferente.

É sair da rotina.

Quebrar paradigmas, derrubar preconceitos, mergulhar em novos conceitos.

É viver em outros horários, ouvir idiomas ininteligíveis, sentir outros cheiros.

E é incrível como cada um faz a “sua” viagem! Mesmo que duas pessoas tenham ido juntas, trilhado as mesmas calçadas, cada uma vive aquele momento de acordo com a sua história de vida.

Com as suas percepções.

Com seus olhares.

Cada viagem é única.

Singular.

Contudo, para isso, se faz necessária a prática do desprendimento.

Ter um modo flexível de ser faz parte da vida de quem está com a mala sempre pronta.

Estar preparado para ver nas entrelinhas, sair da observação banal e, assim, aprender com o mundo.

Saiba que a paixão que uma viagem desperta depende muito mais da sua disposição mental do que do destino em si.

Então, abra-se.

Deixe o novo bater à sua porta.

Solte suas amarras e se jogue num mundo de possibilidades infinitas.

Leve a alma para passear.

Permita-se descobrir novos mares, antigas civilizações, povos exóticos, culturas misteriosas, lugares remotos.

Pois viajar pode se traduzir num grande prazer!

 

Maria Elisa Siqueira de Oliveira
Presidente

Fonte: Voz Ativa, n. 304, set. 2019